Itinerários
Este longo itinerário, que pode ser feito a pé, de BTT ou a cavalo, permite conhecer a parte norte do Parque Natural do Douro Internacional. Inicialmente, acompanha para montante o "canhão" fluvial do rio Douro até São João das Arribas. Daí, regressa a Miranda do Douro, por caminhos mais afastados do vale do rio e numa paisagem planáltica.
Castelo de Miranda do Douro
O castelo de Miranda do Douro terá começado a ser construído em 1294, no reinado de D. Dinis, por altura da fundação da nova vila (1286), no extremo noroeste da vila, a que se associava uma cerca urbana, de planta retangular, destinada a proteger a povoação. O acesso à vila era feito pelas suas duas portas, flanqueadas por duas torres quadrangulares. A porta principal estava associada a uma das torres e era em forma de cotovelo, atributo da arquitetura militar do século XIV.
Albufeira de Sta. Maria de Aguiar
A albufeira de Santa Maria de Aguiar, em Figueira de Castelo Rodrigo, é um plano de água com cerca de 100 ha, considerada a zona húmida mais importante do interior norte de Portugal para as aves aquáticas, com destaque para o mergulhão-de-crista, o mergulhão-pequeno, a garça-real e a cegonha-branca.
Parque Natural do Douro Internacional
O troço fronteiriço do rio Douro corresponde ao vale profundo, encaixado e de margens escarpadas, que separa Portugal de Espanha. O Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), com 86.834,82 ha, abrange uma extensa superfície adjacente ao rio, sendo a vegetação dominada pela azinheira (Quercus rotundifolia, localmente conhecida por carrasco), destacando-se ainda a presença de bosques de zimbro (Juniperus oxycedrus), sobreirais (Q. suber ) e manchas de carvalho-negral (Q. pyrenaica).
O Douro internacional é uma área fundamental para a conservação da avifauna uma das zonas mais importantes no contexto nacional e mesmo ibérico. Com efeito, as aves são o grupo de fauna com maior representatividade nesta área, quer pela elevada diversidade quer pela ocorrência de várias espécies ameaçadas, que guardam aqui uma importante parcela das suas populações nidificantes a nível nacional e ibérico. Destaque para as aves rupícolas (i. e. aves que vivem / nidificam em zonas rochosas), nomeadamente grandes aves como o abutre-do-egipto (Neophron percnopterus) e a águia-de-bonelli (Aquila fasciata) que por aqui se refugiaram.
Baixa densidade populacional, sendo a agricultura e a pecuária as principais atividades económicas. Curiosos pombais, que forneciam adubo e alimento, pautam uma paisagem severa que adquire expressão dramática nas arribas do Douro. O mirandês, desde 1999 reconhecido como 2ª língua oficial de Portugal, é mais uma das surpresas que o extremo nordeste nos reserva. Na margem espanhola, o Parque Natural Arribes del Duero, com uma superfície de aproximadamente 106.105 ha, complementa a proteção da natureza desta zona fronteiriça.