A Região
Nas montanhas do nordeste de Portugal, região de extensos olivais, onde no início da primavera (Fevereiro e Março) florescem amendoeiras e no outono (Setembro e Outubro) as vinhas se cobrem de folhas cor de fogo, corre para o rio Douro um afluente cujo nome se tornou universal. Milénio após milénio, as rochas de xisto que delimitam o leito do Côa foram-se convertendo em painéis de arte, com milhares de gravuras legadas pelo impulso criador dos nossos antepassados.
Turismo
A gastronomia local baseia-se no uso dos produtos da terra (o azeite, a amêndoa, o figo…), mas também do rio (bogas ou barbos sob várias apresentações destacando-se as migas) ou provenientes da recolecção sazonal que os habitantes da região ainda praticam (espargos ou acelgas silvestres).
A região possui vasta oferta de alojamento, nomeadamente no que se refere ao Turismo Rural. Existem também unidades hoteleiras de maior dimensão, por vezes em conjugação com a prática de banhos termais.
Lazer
Munindo-se de produtos regionais que o acompanharão nos seus percursos – o pão e as bolas toscas, os biscoitos, os figos, os vinhos, o azeite, o mel de rosmaninho e a amêndoa, bem como a panóplia de doces com ela confeccionados – aconselhamos que parta à descoberta da paisagem e património do Vale do Côa. Encaixado entre o granito e o xisto, o Vale do Côa é uma região de amplos horizontes, pontuada pelos alvos pombais, ressaltando o branco da flor da amendoeira entre Fevereiro e Março, e as diferentes tonalidades das vinhas no Outono.
Parque Arqueológico do Vale do Côa
Apesar do anúncio público só ter ocorrido em 1994, o arqueólogo Nelson Rebanda, que acompanhava a construção da barragem do Côa, terá identificado a primeira rocha gravada (1 da Canada do Inferno) nos finais de 1991. Isto não quer dizer que as pessoas da região, sobretudo os pastores ou os moleiros que trabalhavam nas margens do rio precisamente na zona da Canada do Inferno não tivessem já antes visto as figuras rupestres. Contudo, faltava-lhes a informação necessária para puderem saber a antiguidade tão recuada dessas figuras. A descoberta provocou logo grande discussão já que a construção da barragem motivaria a submersão da arte rupestre do Vale do Côa.
A luta pelo Côa
Em 1996, o governo português, atendendo à opinião dos especialistas acerca da enorme importância artística e científica das gravuras do Côa, e ao grande número de sítios que se foram descobrindo desde 1991, decidiu abandonar a construção da barragem. Foi nesse momento que o Parque Arqueológico do Vale do Côa foi criado para proteger e mostrar ao público o importante complexo de arte rupestre aqui existente. O Vale do Côa constitui-se como o maior conjunto mundial de arte paleolítica ao ar livre.
A classificação dos núcleos de gravuras rupestres como Património Mundial pela UNESCO, no dia 2 de Dezembro de 1998, foi o culminar de um processo que marcaria indelevelmente em Portugal o estatuto da Arte Rupestre, da Arqueologia e do Património Cultural. Em 2010, a classificação UNESCO foi também atribuída à vizinha arte rupestre paleolítica de Siega Verde (Ciudad Rodrigo, Espanha) como extensão do Côa.
