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As Aldeias

São seis as Aldeias Vinhateiras do Douro, que se destacam pelas suas igrejas, capelas, pelourinhos, quintas, casas senhoriais e outros elementos arquitetónicos e paisagísticos. O seu conjunto espelha a singularidade e história da região, onde os socalcos de xisto, desenhados pelo homem, dão ser à paisagem.

 

 

Na aldeia de Favaios, situada no concelho de Alijó, o pão caseiro e o vinho Moscatel fazem as delícias de qualquer visitante. No Museu do Pão e do Vinho está bem patenteada a importância destes dois produtos regionais. A história da antiga Flávia remonta à Idade do Ferro, onde as populações viviam em aldeias fortificadas, castros, com posições estratégicas, sendo ainda visível vestígios dessas muralhas.

Numa das encostas do rio Távora, situa-se Barcos, aldeia do concelho de Tabuaço. Esta localidade integra o lugar de Santo Aleixo, onde terá surgido o primeiro mosteiro da região, durante a Alta Idade Média. Pelo território de Barcos estendem-se várias quintas agrícolas e de produção vinícola. A Igreja Matriz de Barcos, edificada nos séculos XIII/XIV, foi classificada como Monumento Nacional, em 1922, e constituí um dos elementos mais valiosos da localidade.

No concelho de Sabrosa situa-se uma das mais antigas povoações do reino português, San Joanes, agora denominada de Provesende. Nesta aldeia situa-se o templo de Santa Marinha, datado do século IV ou V. Foi nesta localidade que Joaquim Pinheiro de Azevedo Leite Pereira, um viticultor duriense, começou a combater a filoxera, praga do século XIX que quase destruiu a cultura do vinho do Porto.

Em Trevões, a agricultura não se faz apenas a partir das vinhas, produzindo, também, azeite, produtos hortícolas, frutas, além de madeiras provenientes do pinheiro e do eucalipto. Esta aldeia, do concelho de São João da Pesqueira, alberga um museu, onde são recriados espaços ligados à vida quotidiana da freguesia e dos seus habitantes e à sua evolução ao longo dos séculos.

De antigo nome Algeriz, Salzedas é um aglomerado rural localizado junto do rio Torno, no concelho de Tarouca. Os monges de Cister foram aqui responsáveis por um grande desenvolvimento agrícola, lavrando os campos que rodeavam os mosteiros.

Também no concelho de Tarouca, encontra-se outra aldeia vinhateira, Ucanha. Esta é uma das mais antigas povoações da região, uma vez que as suas origens remontam à ocupação romana.

 

A Rede de Aldeias Vinhateiras

A Wine Villages – Associação de Desenvolvimento da Rede Aldeias Vinhateiras do Douro tem por missão e objeto principal a organização, desenvolvimento e promoção do património material e imaterial da rede das aldeias vinhateiras, enquanto marca agregadora do potencial turístico do Douro.

As Aldeias Vinhateiras bordejam o Alto Douro Vinhateiro, classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, enquanto “paisagem cultural evolutiva viva”. Passar de uma para a outra implica sempre fruir esse Bem Cultural que é do Mundo e não só nosso.

A paisagem rural duriense deriva não de uma cristalização no tempo, mas de uma longa e duradoira relação entre Homem e Natureza, da qual resultou um vasto património construído e imaterial, uma memória coletiva. Nessa interação surgiu a Quinta, elemento estruturante do Douro Vinhateiro. Por sua vez, as aldeias são um património onde o valor individual de cada elemento é sobreposto pelo valor de conjunto. É esse mesmo valor que tem de ser preservado e apresentado como uma herança histórica e cultural que importa salvaguardar.

Cada comunidade pode, e deve, explorar o legado dos seus antepassados em prol do seu desenvolvimento e da sustentabilidade das suas populações. Sem esta dinâmica, o futuro é certamente uma imagem fixa, sem a dinâmica “evolutiva e viva” que se quer para o território duriense.

Por tudo isto se considera que a Rede das Aldeias Vinhateiras deve constituir mais um verdadeiro e muito positivo fator de desenvolvimento.

Nas encostas do Douro destacam-se seis aldeias que partilham um bem comum: a cultura do vinho. Denominam-se, por isso, aldeias vinhateiras. São elas: Barcos, Favaios, Provesende, Salzedas, Trevões e Ucanha. Quem as visita tem garantidas experiências únicas através do seu património, gastronomia e natureza envolvente. Anualmente realiza-se o Festival das Aldeias Vinhateiras, com espetáculos de rua, animação e atividades.